Delação de Pedro Corrêa relata articulação contra CPI da Petrobras

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O ex-deputado federal Pedro Corrêa, já condenado em processo da Operação Lava Jato, deu detalhes em delação premiada de uma suposta articulação contra uma CPI aberta no Senado em 2009 para apurar fraudes na Petrobras. A colaboração ainda não foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas ele já prestou os depoimentos.

A delação do ex-deputado Pedro Correa tem pouco mais de 70 anexos, cada um com um tema. Outros anexos falam, por exemplo, sobre uma “mesada” para o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, quando ele era deputado federal. Corrêa também apresentou uma lista de operadores de propina que inclui a o nome de Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB.

Nos anexos sobre a CPI da Petrobras, Corrêa disse que soube na época que a construtora Queiroz Galvão estava encarregada de pagar propina para impedir o avanço das investigações. Ele afirmou ter procurado o então presidente da empreiteira, Ildefonso Colares Filho, para conseguir recursos para que os parlamentares do Partido Progressista (PP) pudessem “aliviar as investigações”.

Segundo Corrêa, Colares disse a ele que já havia pago R$ 9 milhões ao então senador Francisco Dornelles, presidente nacional do PP na época, e outros R$ 10 milhões ao PSDB, através do então senador Sérgio Guerra, que já morreu. A CPI terminou sem resultados efetivos. Dornelles atualmente é governador em exercício do Rio de Janeiro.

O delator disse que Sérgio Guerra confirmou ter recebido os R$ 10 milhões e contou a ele que dividiu o valor entre os integrantes da CPI “sobretudo com o senador Álvaro Dias” – que era do PSDB e hoje está no PV – e o senador Aloísio Mercadante, que era líder do PT, mas não estava na CPI.

O ex-deputado disse ainda que também procurou o então senador Francisco Dornelles que, na época, negou ter recebido propina da Queiroz Galvão. No entanto, Corrêa disse que, quando já estava preso pela Lava Jato em Curitiba, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque confirmou a ele que o pagamento a Dornelles aconteceu.

Eleições de 2010
Pedro Corrêa também citou Dornelles em outro anexo. Em 2010, segundo ele, a Queiroz Galvão fez uma doação oficial de R$ 7,5 milhões ao PP como acerto de propina entre a construtora, o partido e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Deste valor, R$ 5,9 milhões foram distribuídos a candidatos do PP em todo o Brasil – a sobra de R$ 2 milhões, ficou com Dornelles, conforme a delação.

Prefeitura de São Paulo
Durante a eleição de 2004 para a Prefeitura de São Paulo, de acordo com Pedro Corrêa, o PT repassou R$ 6 milhões ao PP e outros R$ 20 milhões ao então candidato do partido Paulo Maluf. O pagamento era, conforme o delator, para que ele se mantivesse na disputa para ajudar a candidata do PT Marta Suplicy a chegar no segundo turno.

Embora tenha chegado ao segundo turno, Marta perdeu a eleição para o tucano José Serra.

Outro lado
O senador Álvaro Dias afirmou ao G1 que as afirmações de Pedro Corrêa não têm consistência e que o próprio Sérgio Guerra, em gravações da Polícia Federal, confirmou que o comportamento dele foi de “lisura absoluta” nos trabalhos da CPI da Petrobras. Ele disse que as investigações da CPI resultaram em 19 representações ao Ministério Público.

“Os fatos desmentem qualquer insinuação. Acho que essas insinuações são tentativas de desqualificar quem defende reiteradamente a Operação Lava Jato, e as instituições como o Ministério Público, a Polícia Federal e Justiça Federal. É totalmente sem consistência, sem nenhuma veracidade”, disse o senador.

A assessoria do governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles, informou que ele está em Brasília e dificilmente seria localizado para responder.

O assessor de imprensa do deputado federal Paulo Maluf, Hélio Armond, disse que Pedro Correa é um criminoso preso e condenado, sem credibilidade.

O ex-ministro Aloizio Mercadante afirmou que nunca teve nenhuma relação com o ex-deputado Pedro Corrêa, que sempre se posicionou contra a instalação da CPI da Petrobras de 2009 e, portanto, não assinou pedido de abertura, tampouco foi membro dela.

“Ainda sobre 2009, a suposta ilação é um completo absurdo. É inimaginável pensar que o então presidente do PSDB, falecido Sérgio Guerra, principal partido de oposição ao governo Lula, daria qualquer contribuição para o líder do bloco de apoio ao governo e do PT, então senador Aloizio Mercadante, tentar obstruir uma CPI de interesse exclusivo da própria oposição”, diz trecho da nota de Mercadante.

Em nota, o PSDB informou que “reitera seu apoio a toda e qualquer investigação no âmbito da Operação Lava Jato, mas não pode se manifestar sobre os detalhes de uma delação da qual não conhece todo o teor”.

A assessoria da senadora Marta Suplicy (PMDB) às 20h51 e aguarda retorno.

A assessoria de imprensa de PP e PT, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

não conseguiu localizar a assessoria de imprensa da Queiroz Galvão.

Fonte:Fernando Castro e Marcelo RochaDo G1 PR e da RPC

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