Guarda que reagiu e matou suspeito em Camaragibe presta depoimento

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O guarda municipal, que matou um dos suspeitos ao reagir a uma tentativa de arrombamento do caixa eletrônico localizado na sede da Prefeitura de Camaragibe, compareceu nesta quarta-feira (15) ao Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife. O homem prestou depoimento e, logo em seguida, foi liberado.

O depoimento ao delegado Paulo Berenguer, titular da Delegacia de Repressão aos Roubos e Furtos, durou aproximadamente duas horas. Às 16:30, o guarda municipal, acompanhado do advogado, saiu escoltado sem falar com a imprensa. O delegado responsável pelo caso também preferiu não repassar informações sobre o depoimento.

Guardas municipais de diversas cidades do estado se concentraram na frente ao edifício para apoiar o profissional. Antes de prestar depoimento, foi recepcionado com gritos de “herói” pelos colegas de profissão. “Se não estivesse armado, ele morreria. Viemos parabenizá-los, pois sabemos que estamos na mesma situação dele”, afirmou Belmiro dos Santos, presidente do Sindicato dos Guardas Municipais de Camaragibe.

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Também participaram do ato guardas municipais de outras cidades pernambucanas, como Camaragibe, Olinda, Paudalho, Quipapá, Ipojuca, Igarassu, Caruaru, Araçoiaba, Goiana, Itapissuma, Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes. O profissional saiu do Depatri bastante aplaudido pelos colegas e sob gritos de “guerreiro”.Porte de arma

Enquanto o guarda municipal prestava depoimento, os demais profissionais realizavam uma manifestação em frente ao prédio. Com faixas e cartazes, os profissionais reivindicavam o porte de arma para a categoria. ‘Quem você prefere que esteja armado: o bandido ou o guarda municipal?’, questionava uma das faixas.

“Existe uma portaria de número 365 do Ministério da Justiça, que diz que é uma decisão discricionária do superintendente da Polícia Federal armar as guardas municipais ou não, mesmo depois de atender a todos os requisitos previstos na Lei 10.826, que é o Estatuto do Desarmamento”, explica Belmiro dos Santos.

De acordo com a Lei 13.022/2014, para armar a Guarda Municipal, os municípios precisam apresentar um conjunto de garantias. Entre elas: instituir sede própria e espaço específico para armazenamento de arsenal. Um dos itens mais importantes é a criação de uma corregedoria para apurar desmando ou excessos. Para isso, o guarda ainda precisa passar por um treinamento. Tudo isso é submetido à Polícia Federal, responsável por dar o aval ao emprego de armas de fogo pelas guardas civis.

Até março deste ano, apenas cinco municípios haviam pedido autorização para armar seus guardas em Pernambuco. Se for confirmado que o armamento é do guarda, ele poderá ser preso. Não porque matou o homem, mas pelo uso ilegal de arma de fogo.

Entenda o caso

Um suspeito de 27 anos foi morto por um guarda municipal durante uma tentativa de arrombamento do caixa eletrônico do Itaú localizado na sede do Executivo da cidade de Camaragibe, no domingo (12). Imagens das câmeras de segurança da prefeitura mostraram que o profissional utilizou a arma que carregava consigo.

O circuito interno de vídeo de segurança da prefeitura , dois assaltantes entrando no prédio: um de camisa clara e o outro de camisa escura. Eles renderam o guarda municipal  e fizeram uma revista nele. Depois, ameaçaram o guarda e tomaram a farda. Um dos suspeitos vestiu a farda e foi se encontrar com outros integrantes da quadrilha do lado de fora da prefeitura.

O homem de camisa clara ficou dentro do prédio e ordenou que o guarda sentasse. Como tinha uma arma escondida na perna, o guarda aproveitou um descuido do suspeito e atirou nele. O bandido também atirou, mas não acertou o guarda municipal, que foi até o local onde o assaltante estava caído e pegou a pistola dele. Com as duas armas na mão, ele ainda fez um disparo em direção à porta do prédio, antes de pegar o celular e ligar para a polícia.

Fonte:G1

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