A situação crítica pela qual o metrô do Recife passa voltou a ser alvo de declarações, desta vez, do ministro das Cidades, Bruno Araújo. Durante entrevista coletiva em Brasília, na última quinta-feira (3), o gestor disse que a necessidade de recomposição financeira da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) foi levada ao Ministério do Planejamento e admitiu que o tempo é curto para viabilizar recursos.

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A situação crítica pela qual o metrô do Recife passa voltou a ser alvo de declarações, desta vez, do ministro das Cidades, Bruno Araújo. Durante entrevista coletiva em Brasília, na última quinta-feira (3), o gestor disse que a necessidade de recomposição financeira da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) foi levada ao Ministério do Planejamento e admitiu que o tempo é curto para viabilizar recursos.
Com um orçamento deste ano reduzido a R$ 51,8 milhões, metade dos R$ 104 milhões necessários, o modal pode ter o serviço reduzido ou interrompido em julho. Seria o tiro de misericórdia num sistema que vem sofrendo com constantes quebras dos trens – o que, inclusive, já motivou protestos – e com investidas criminosas.

“Em 60 dias, se não viabilizarmos recursos, não haverá dinheiro para pagar a energia de deslocamento dos metrôs”, afirmou Araújo, referindo-se aos sistemas da CBTU no País – Recife, Natal, João Pessoa, Maceió e Belo Horizonte. O pernambucano é o maior: atende 400 mil pessoas por dia.

O cenário de crise já havia sido exposto pela atual superintendência regional da CBTU, que, após ser empossada, na semana passada, iniciou um levantamento do que é preciso ser feito para garantir o funcionamento do sistema. As primeiras conclusões estão previstas para daqui a 15 dias.

Além dos gastos com energia, que comprometem 20% do orçamento, a falta de peças para reposição também preocupa.

“Já temos trens parados por causa disso, inclusive os novos. Sem recursos, a possibilidade de o atendimento ser afetado a partir de julho existe”, disse o superintendente interino da CBTU no Recife, Leonardo Villar Beltrão. Ainda não se sabe em que medida essa redução ocorreria. Já foi cogitada a suspensão do atendimento aos sábados, a partir das 12h, e aos domingos, o dia todo.

Repasses

Atrasos no repasse da verba da bilhetagem eletrônica das integrações metrô-ônibus, que chegam a um acumulado de cerca de R$ 50 milhões, também são um agravante da crise, segundo a CBTU. Conforme o Governo do Estado, a dívida vem sendo negociada para pagamento parcelado e os repasses quinzenais já vêm ocorrendo.

“A luta do metrô tem sido para se manter. Não se fala nem em crescer se não se consegue manter o que já existe”, declarou o presidente do Sindicato dos Metroviários, Diogo Morais.
Como forma de otimizar gastos, o ministro Bruno Araújo defendeu mudanças na estrutura da empresa. “(A CBTU) tem centenas de funcionários no Rio de Janeiro e administra metrôs que ficam no Nordeste, a dois mil quilômetros. Não parece funcional”, complementou.

Outras obras

Ontem, Bruno Araújo também destacou que, na área de mobilidade urbana, serão priorizadas obras já em execução. “Vamos atuar para que os recursos disponíveis cheguem primeiro às obras com cronograma mais avançado”, disse o gestor.

A medida pode afetar iniciativas como a do VLT da avenida Norte, no Recife. O projeto foi apresentado pela prefeitura, mas aguarda recursos. “Vamos deixar o metrô do Recife parar ou lançar o metrô de Porto Alegre?”, questionou Araújo, quando perguntado sobre o futuro de projetos que estão no papel.

o sistema >

39,5 quilômetros
é a extensão do sistema

29 estações
situadas no Grande Recife

400 mil usuários
em dias úteis

140 mil usuários
aos sábados

100 mil usuários
aos domingos

40%
Redução orçamentária na CBTU

20,5%
Corte no orçamento da CBTU/Recife após a Copa

10%
Redução no orçamento em relação a 2015

R$ 51,8 milhões
Orçamento da CBTU/Recife para 2016

R$ 104 milhões
Recursos necessários para custear o sistema

R$ 8 milhões
Gasto só com limpeza de estações e trens

R$ 400 mil
Reparos de vandalismo a trens no primeiro semestre

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