Pela 1ª vez, mundo tem temperatura 2ºC acima da média pré-industrial

Pela 1ª vez, mundo tem temperatura 2ºC acima da média pré-industrial

Recorde foi batido na última sexta-feira (17/11): planeta registrou 2,07ºC acima da temperatura média global, segundo dados do Copernicus

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temperatura média global diária subiu mais de 2ºC acima da norma pré-industrial para esta época do ano pela primeira vez na semana passada. Na sexta-feira (17/11), a temperatura atingiu 2,07ºC acima da média de temperatura entre 1850 e 1900, um aumento maior do que em qualquer outro momento da história que tenha sido registrado.

Foi um marco preocupante dentro do cenário climático atual, enquanto os números provisórios mostram que no dia seguinte atingiu 2,06ºC.

Comparando apenas com a contemporaneidade, 1991 a 2020, houve aumento em relação à média registrada de 1,17ºC da anomalia. Esses dados históricos foram divulgados pela diretora adjunta do Serviço de Monitoração das Alterações Climáticas do Copernicus (C3S), Sam Burgess, e depois validados pelo próprio C3S

A ocorrência desse recorde é marcada em um ano com forte atuação do fenômeno El Niño e advém da intensificação dos efeitos das mudanças climáticas, provocadas pelas emissões de gases efeito estufa (GEE); resultado direto da ação do homem, como a utilização de combustíveis fósseis e as queimadas florestais.

Temperatura influenciada pelo El Niño

O fenômeno El Niño caracteriza-se pelo aquecimento das águas no oceano Pacífico, nas proximidades da linha do Equador. Apesar de seus efeitos serem inicialmente concentrados nessa região, suas repercussões podem ser observadas em várias partes do planeta, podendo resultar em desastres naturais. Sua periodicidade é imprevisível.

Em 2016, o mundo também havia batido recordes de calor, na incidência do El Niño na época, mas a temperatura das anomalias diárias eram de 0,94ºC – metade do que foi registrado nesse ano. Para o pesquisador Carlos Nobre, referência internacional nos efeitos das mudanças climáticas, o número é resultado direto do aumento de emissões de gases efeito estufa.

“Para entender esse recorde, a gente olha para as emissões de carbono. Em 2022 tivemos um recorde de emissões e as estimativas mostram que 2023 vai bater esse recorde. Quando vemos isso, percebemos que a alta era o esperado” disse o pesquisador.

Segundo na mesma linha, a pesquisadora do Inpe, especialista em emissão de carbono, Luciana Gatti, afirma que a principal conclusão desses novos dados é que os aumentos de temperatura e de eventos climáticos extremos estão mais acelerados do que os modelos anteriores previam.

“A gente tem que observar essas mudanças e se perguntar se o colapso climático já não começou, se já não temos tempo de esperar 2030. Quantas pessoas mais vão ter que morrer para entendermos que é preciso mudança? “, afirma a pesquisadora.

Segundo na mesma linha, a pesquisadora do Inpe, especialista em emissão de carbono, Luciana Gatti, afirma que a principal conclusão desses novos dados é que os aumentos de temperatura e de eventos climáticos extremos estão mais acelerados do que os modelos anteriores previam.

“A gente tem que observar essas mudanças e se perguntar se o colapso climático já não começou, se já não temos tempo de esperar 2030. Quantas pessoas mais vão ter que morrer para entendermos que é preciso mudança? “, afirma a pesquisadora.

Em virtude dessas condições climáticas, há previsões de que 2023 encerrará como o ano mais quente em 125 mil anos.

 

Fonte: Metrópoles

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