A Petrobras anunciou, nesta quinta-feira (18), mais um reajuste dos preços de combustíveis nas refinarias. A gasolina terá um aumentou de 10,2%, equivalente a R$ 0,23 por litro, e o diesel, de 15,1%, o equivalente a R$ 0,34 por litro. Os novos valores valem a partir de sexta-feira (19).
O reajuste da gasolina é o quarto em 2021, com o combustível acumulando alta de 34,7% apenas este ano. Já o diesel, em seu terceiro reajuste, tem alta acumulada de 27,7% em 2021.
Os aumentos sucessivos estão relacionados à valorização do barril de petróleo, uma vez que desde a nova política de preços da Petrobras, que passou a valer em 2017, a estatal acompanha as oscilações do preço internacional.
Segundo o economista Marco Rocha, da Unicamp, as commodities (produtos básicos com cotação internacional), incluindo o petróleo passam por um momento de recuperação de demanda.
“Para além disso, acredito que há algum movimento especulativo com o preço das commodities, que é causado pelo excesso de liquidez internacional”, afirma.
O excesso de liquidez, ou seja, mais dinheiro circulando, está relacionado aos pacotes de estímulo liberados por governos em razão da pandemia.
“Isso vem provocando, desde novembro de 2020, a alta de preços de algumas commodities, tanto energéticas quanto minerais”, explica Rocha.
Segundo o economista, a Petrobras poderia suavizar internamente essa volatilidade.
“O que a gente tem visto é que a Petrobras tem seguido o preço internacional com muita proximidade. Há uma certa sinalização para o acionista, visa sobretudo a maximizar o valor acionário da empresa. Eu desconheço países que tenham grandes petroleiras integradas, estatais, que não pratiquem alguma forma de suavização dessa volatilidade no mercado doméstico. Existe uma série de formas que você pode aplicar isso que não significa a empresa necessariamente perder valor. [Podem ser usados] ou uma média móvel ao longo do tempo, ou um fundo estabilizador do Tesouro”, comenta.
Fonte: Vermelho
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