BRT de Pernambuco custou R$ 400 milhões e vai acabar sem nem mesmo ter sido implantado

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Os últimos episódios envolvendo o BRT pernambucano, batizado como Via Livre, são angustiantes e colocam diante de todos – passageiros, operadores e gestores – o evidente fim do sistema. Pelo menos na forma tradicional que foi pensado e prometido à população e que está nos manuais que regem o modal: um transporte semelhante a um metrô sobre pneus, com qualidade e conforto como marca da operação.

Tendo corredor de circulação totalmente segregado, estações de embarque e desembarque confortáveis e com o pagamento antecipado da tarifa, e embarque em nível. O nosso sistema, por mais que isso incomode a todos, está se distanciando dessas premissas. Infelizmente. Desde o segundo ano de operação que sofre e é gradativamente descaracterizado, situação que só piora com o tempo. No ano passado, a esperança de ver o sistema ser reerguido pelo Estado morreu e vimos o BRT Via Livre ser literalmente canibalizado – algumas estações, mesmo em funcionamento, tiveram piso, teto e fios roubados por viciados para serem comercializados em troca de crack.

São cinco anos e sete meses de angústia. Principalmente o Corredor Norte-Sul, que liga o Recife ao município metropolitano de Igarassu, e agora terá alguns dos imponentes veículos BRTs substituídos por veículos bem menores, menos confortáveis e potentes, embora a refrigeração permaneça. O principal eixo do corredor, a rodovia PE-15, que conecta Olinda e Paulista, vive quase no barro o ano quase inteiro. Ano após ano, no inverno, os operadores ameaçam suspender o serviço porque o corredor fica intrafegável em vários trechos. Situações e cenas que doem na alma. Mas nada muda.

E a culpa do fim do BRT é de todos nós. Somos todos culpados. A população, porque destrói os veículos e, principalmente, as estações, além de invadir o sistema sem pagamento. O governo de Pernambuco, porque projetou, ainda na primeira gestão do PSB, um sistema fictício sob o aspecto da demanda, e agora quer reduzir o custo da operação para, consequentemente, diminuir o subsídio de R$ 250 milhões/ano que injeta no transporte da RMR. E o setor empresarial, que desistiu de apelar por atenção ao sistema e também aderiu à lógica de reduzir custos e combater a evasão de receita, mesmo que isso signifique a descaracterização do modal e menos conforto para o passageiro.

Via: JC ONLINE

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