Nicarágua liberta 30 opositores detidos após protesto em Manágua.

Nicarágua liberta 30 opositores detidos após protesto em Manágua.

Líderes da oposição e ativistas dos direitos humanos tinham sido detidos após manifestação em Manágua, capital do país, no domingo (14).

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Trinta opositores foram libertados na segunda-feira (15) pelo governo de Daniel Ortega. Porém, organizações de defesa dos direitos humanos afirmam que outros 500 manifestantes seguem presos “injustamente” por protestar na Nicarágua.

Entenda a crise sociopolítica da Nicarágua

Pressionado por muitas críticas dentro e fora do país, o governo libertou líderes e ativistas dos direitos humanos 24 horas após a detenção no domingo (14), durante um protesto em Manágua, capital do país.

O presidente de 72 anos, no poder desde 2007, é acusado de autoritarismo, nepotismo e corrupção, em meio a uma onda de protestos que exige a sua saída do governo desde abril. A repressão às manifestações provocou mais de 300 mortos.

Vários manifestantes liberados na segunda-feira gritaram “Viva a Nicarágua livre” ao reencontrar amigos e parentes, segundo a France Presse.

O Centro Nicaraguense dos Direitos Humanos (CENIDH) informou que as 30 pessoas detidas no domingo foram libertadas.

“É evidente que não encontraram nenhum indício de delito e aqui estamos em liberdade. Espero que aconteça o mesmo com outros presos políticos”, disse a dirigente do dissidente Movimento de Renovação Sandinista (MRS) Ana Vigil ao sair da prisão.

Líderes de organizações civis, movimentos de defesa das mulheres e dos direitos humanos estavam entre os detidos, que segundo a polícia convocaram um protesto sem a devida autorização.

“É uma boa notícia a libertação dos líderes dos movimentos sociais na Nicarágua. Continuamos atentos e acompanhando a situação de centenas de pessoas presas pela criminalização dos protestos”, afirmou a representante para o país da Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH), Antonia Urrejola.

Manifestante é detida durante protesto contra o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, no domingo (14)  — Foto: Oswaldo Rivas/ Reuters

Manifestante é detida durante protesto contra o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, no domingo (14) — Foto: Oswaldo Rivas/ Reuters

A opositora Aliança Cívica, que reúne empresários, estudantes e grupos civis, anunciou que pretende prosseguir com as ações para libertar todos os presos políticos, que calcula em 400 pessoas.

Já as organizações de defesa dos direitos humanos registram 500 presos políticos no país.

A Organização dos Estados Americanos (OEA), a Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) e o Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU haviam condenado as detenções.

Os chanceleres do Mercosul também criticaram as “ações repressivas do governo” de Ortega, “incompatíveis” com um sistema democrático.

Os protestos começaram em 18 de abril contra uma frustrada tentativa de reforma da Previdência. Após a violenta repressão às manifestações, o movimento passou a exigir a renúncia de Ortega e de sua esposa e vice-presidente Rosario Murillo.

A Nicarágua vive uma intensa crise sociopolítica desde abril, quando tiveram início no país manifestações contra a reforma da previdência. Os protestos foram duramente reprimidos e, posteriormente, passaram a exigir a renúncia de Ortega.

Segundo organizações humanitárias locais e internacionais, desde então os atos de violência deixaram entre 322 e 512 mortos. Já governo informa que 199 pessoas morreram e denuncia uma tentativa de golpe de Estado.(Fonte: G1)

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